quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mini review : Galactic Civilizations II

Jogos de estratégia é algo a que não me dou muito bem, seja por causa do ritmo do jogo, da campanha desinteressante ou pelo excesso de micro gestão, porém, há uma excepção: Civilization.

A sua simplicidade na gestão e o espírito skirmish fizeram deste um dos meus grandes favoritos. Não há campanha, mas a cada jogo há diferentes estratégias, diferentes abordagens, adversários mais ou menos astutos, um caminho diferente na árvore tecnológica, etc... Já para não falar no quão épica pode ser a jornada desde o nascimento da civilização até à Era Espacial e o quão hilariante é combater os cavaleiros com espada e escudo do adversário com marines armados com metralhadoras M16.

O que tem isto a ver com Galactic Civilizations?
Sim, adivinharam, a jogabilidade é muito parecida. No entanto tudo se passa no espaço, então a coisa é quase como uma "expansão" ao Civilization já que começa o GC (como será denominado a partir de agora) começa onde o Civilization acaba, na exploração espacial.
Para quem gosta de espaço este jogo é um mimo (embora não tão detalhado como o mais recente Sins of a Solar Empire), Sistemas solares, planetas ( habitáveis ou não habitáveis), estrelas, asteróides e... ET's.
Em vez de o jogador declarar guerra ou amizade a Júlio Cesar,Bismark,D.João II ou Hitler desta vez teremos de aturar personagens como o senhor Lorde Kona do Império Drengin. O que é certo é que a IA pode fazer com que os nossos adversários sejam uns Konas ( verão todos os comentários ridículos e frases hilariantes dos lideres de outros a gabarem-se de uma tecnologia que já têm há anos ou a tentarem engraxar-nos).
Bem, a mecânica do jogo, por incrível que pareça, vai ser bem fácil de digerir para quem está habituado a civilization (nem precisam de recorrer a qualquer tipo de tutorial ou manual). O jogo processa-se por turnos, temos unidades de colonização de planetas ( que funciona como criar uma cidade), unidades de ataque, unidades de defesa, árvore da tecnologia, um sistema de diálogo com outros lideres semelhante a civilization e unidades mineiras (que vão buscar recursos aos asteróides).
O nível de dificuldade é bastante ajustável e podem tanto por um jogo facílimo como um desafio quase impossível. Tal como o civilization não vão dormir muitas horas presos na mecânica de "só mais um turno".
Passemos aos defeitos:
Não há multiplayer!



Três linhas em branco já que esta falha vale por três.

De resto não tenho muito a apontar, é certo que estava à espera de algo mais detalhado, planetas mais variados, uma galáxia gigantesca em vez de um quadrado que nos limita a área de jogo e mais coisinhas e segredos que aparecem no jogo, mas bastantes subjectivas, em forma de aviso ou mensagem como é o caso dos Wormholes ou cidades aliens em ruinas e assim.
Mas não se pode ter tudo, e o jogo já está um bocado velhote (portanto nada de gestão dos planetas em 3D tipo o Spore).

Ainda assim é um excelente jogo, falta multiplayer mas como single-player é impecável.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mini Review : Trine

Ahh, plataformers 2D...
Como os adoro...

Ainda mais com um trago a 2009, como é o caso deste Trine.
Imaginem um platformer à antiga com movimentação em 2D, mas como modelos em 3D e uma física bastante aguçada que permite alguns bons puzzles.

Isso é Trine.

No entanto ao contrário de muitos outros plataformers/puzzle como o Braid, o Trine não tem uma solução única, tem montes e montes de soluções, muitas vezes a solução para chegar aquele sitio tão inacessível vem de uma idiotice qualquer nossa, "deixa cá experimentar se...", em muitos outros jogos estas idiotices nunca resultam, em Trine sim. De facto, estamos tão habituados a jogos com soluções tão engenhosas que estranhamos Trine a principio e esquecemos que a solução pode ser algo bastante simples.

Em Trine controlamos um soldado, um arqueiro e um feiticeiro, um de cada vez (o que torna as coisas ainda mais simples e directas). O primeiro elimina os enimigos, o segundo elimina enimigos à distância e consegue prender um gancho em estruturas de madeira para se balançar e chegar a plataformas mais altas facilmente (é o personagem com que ando mais tempo), o terceiro consegue conjurar objectos, incluindo plataformas, e movimentar objectos à distância.
O feiticeiro é o personagem que liberta o idiota que há em vocês. As soluções que muitas vezes se arranja para ultrapassar obstáculos provêm deste individuo. Elas ( as soluções) são tão grosseiras e com tanta falta de subtileza que a adaptação a este tipo de gameplay pode ser complicada no primeiro nível (quiçá o nível mais complicado devido a este factor), mas a habituação é fácil. Estas soluções grosseiras para ultrapassar determinados obstáculos fazem lembrar Half-Life 2, outra obra prima com uma física bastante apurada.
Tanto num jogo como no outro se usa uma física extremamente realista para fazer pequenos puzzles que acabam por cair muito bem.
O único defeito que tenho a apontar é excesso de enimigos para eliminar, o jogo seria mais divertido se não tivessemos de estar constantemente a partir esqueletos aos bocadinhos ( e ainda por cima eles são persistentes).

Em suma temos aqui uma excelente compra, e muito divertimento pela frente. É bastante curto, mas para um jogo do género chega bem, caso contrário poderia tornar-se cansativo.

Recomendo a todos os que se consideram gamers. A sério, pelo menos experimentem a demo.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Review "Metroid Prime 3: Corruption"

Quando a Wii foi lançada, toda a gente sonhou com o que se poderia fazer com aquele comando mágico: jogar golfe, ténis... mas havia um tipo de jogos que, supostamente, iria sair muito bem na Wii: os First Person Shooters.
Todos os FPS que sairam bem cedinho não são grande coisa: tive a oportunidade de jogar Redsteel, e aquilo é o terror.
Mas tinha de haver algum salvador. A Nintendo teve de meter a mão para não arruinar este género na sua consola e por isso lançou o último episódio da trilogia "Metroid Prime".
Para quem não sabe, a trilogia "Metroid Prime" retrata uma das primeiras heroínas femininas dos videojogos, Samus Aaran, e a sua luta contra uma substância radioactiva, com capacidades mutagénicas chamada "Phazon", que tem uma cor azul-brilhante, que lhe dá um ar perigoso. Para além disso, esta substância multiplica várias vezes o poder de um organismo, tornando-o agressivo e super-poderoso.
Neste episódio da trilogia, Samus tem de proteger os planetas controlados pela Federação Galáctica da corrupção de Phazon, que chega a partir de um tipo de meteoritos recheados com a coisa. Para isso tem de enfrentar inimigos, resolver puzzles e arranjar upgrades para o seu fato.

Chega de história, que eu não quero spoilar nada. O que importa mesmo neste jogo é o gameplay. Pensava-se impossível fazer um bom FPS na Wii, mas este jogo conseguiu. Se nas opções, o colocarmos com a sensibilidade alta, está garantido que iremos passar uns bons momentos a destruir os Piratas do Espaço, explodindo mísseis nas suas caras e enchendo-os de Phazon que emana da nossa própria arma. Este é um dos aspectos em que o jogo difere dos outros episódios: nós podemos usar phazon para aumentar o nosso firepower, com uma coisa chamada "Hypermode". Basta apenas carregar no botão +, e estamos super-poderosos. É claro que não podemos abusar, ou arriscamos morte por corrupção.
Os controlos são fluidos, simples e práticos. Para apontar basta... apontar o comando para o ecrã da TV e funciona perfeitamente. Sem falhas. É difícil explicar, mas se alguma vez jogarem este jogo, verão que os controlos são deliciosos, e nunca mais irão tocar nos joystics dos comandos da concorrência.
Uma das coisas que mais influencia o gameplay, para além do Hypermode, é a MorphBall. Samus consegue-se encolher até ao tamanho de uma bola e assim, passar por tubos e espaços claustrofóbicos sem o mímimo dos problemas. Também consegue colocar bombas com ela e assim destruir pequenos painéis, revelando passagens secretas.
O mapa também se diferencia dos episódios anteriores: em vez de termos um planeta confuso e grande, temos a nossa área de jogo dividida por vários espaços: 5 planetas e 2 naves espaciais, permitindo uma navegação muito mais intuitiva. E isto leva a outro aspecto importante do jogo: agora podemos controlar a nossa nave e ela ajuda-nos em muitas tarefas, quer seja rebentar com as cabeças dos nossos inimigos mais ferozes, quer seja levar cargas de enorme peso. E, claro, também nos ajuda a recarregar as energias e salvar.
O Jogo é mesmo muito fixe, com missões variadas e interessantes. Além disso, somos propelidos para continuar para ver que upgrade iremos ganhar a seguir e que novas áreas, expansões e goodies é que poderemos obter.

Depois de falar tão bem, tenho algumas coisas más a dizer.
Uma das coisas que mais me perturba é que, ao contrário dos jogos anteriores, não podemos trocar de armas durante o jogo: se ganhamos o Plasma Beam, já não podemos usar o beam anterior. Com isto, o jogo parece um pouco monótono no que toca a armas, pois não podemos trocar de tipo de beam e esplodir o crânio dos nossos inimigos de formas diferentes. Outra coisa que foi subtraída foram alguns power-ups, clássicos desta série: claro, o Screw Attack ainda está la (yay!), mas sinto falta do Super Missile e da Power Bomb, que estão presentes em jogos anteriores. Em vez disso, temos variações destes em Hypermode, que nos colocam em perigo e nos retiram muita energia (para além do mais não são tão espectaculares como o Super Missile ou a Power Bomb).
Outra coisa: há poucos sítios onde podemos salvar convenientemente o jogo. Se queremos jogar um bocado, temos de ter algum tempo livre, ou arriscamo-nos a não encontrar uma Save Station e lá se vai todo o nosso trabalho pelo cano abaixo.
A comparar com os outros jogos da série, este é sem dúvida o mais fácil: estamos sempre a ser ajudados pela federação, dizendo-nos para onde ir (embora ainda se tenha de explorar um bom bocado), o que arranjar e como fazer certas coisas, o que tira um bocado aquele sentimento de solidão característico de Metroid. Para além disso, os inimigos são fáceis de matar, e não é preciso muito processo de dedução para saber como fazê-lo: basta apenas scanná-los com o nosso Scan Visor, e tá feito, já sabemos como rebentar os miolos. Os bosses ainda são interessantes, mas um pouco mais fáceis. É claro, se quiserem ser masoquistas, estejam à vontade de tentar passar o jogo nas dificuldades mais altas: aí sim, o jogo torna-se um desafio e iremos ver o Game Over Screen muitas mais vezes.
Outra coisa: falta multiplayer. Metroid Prime 2 tinha, porque não este? Até podia ter wi-fi e batalhas online, mas não. outra coisa que me chateia.

Resumindo: é um óptimo jogo, controlos perfeitos, gameplay interessante, mas com algumas falhas, comparado com outros jogos da série.
SE já têm uma Wii, comprem este jogo (se é que já não o fizeram). Se não têm uma wii, experimentem este jogo. Não se irão arrepender.