domingo, 30 de agosto de 2009

Mini review: Monster Hunter Freedom 2

As diferenças culturais, apesar da globalização, são ainda suficientemente grandes para influenciar a crítica de videojogos.O que acontece é que o pessoal no Japão joga Monster Hunter até lhes caírem os olhos e a Famitsu dá-lhe a nota máxima ( ao monster hunter 3), enquanto por cá a crítica lhe dá avaliações a variar entre os 5 e os 6/10. Pois é, mas eu escrevo isto enquanto ouço X-japan e espero que acabe o download de 2 horas de anime, os Jrpg's e todo o tipo de jogos japoneses fazem parte da minha infância e de muitos outros ocidentais, pelo que já vimos este tipo de jogo um pouco diferente de muitos críticos que nunca pegaram num Jrpg para além de Final Fantasy.
Passemos ao MHF2, então:

O que faz com que os japoneses fiquem com os olhos em bico a jogar isto?
Simples, o mesmo que faz os chineses e os coreanos morrerem a jogar World of Warcraft:
A corrida ao melhor equipamento.

Em monster hunter somos (guess what)um caçador de monstros (ou wyverns como são chamados no jogo), começamos com equipamento básico e umas quests que parecem, à partida, simples (já lá vamos). À medida que deitamos bichos cada vez maiores ao chão podemos fabricar material melhor ( ao contrário de muitos RPGs não é necessário apenas dinheiro para comprar equipamento, mas sim o material de que é feito) e (guess what again) com melhor equipamento podemos deitar bichos maiores ao chão.
Sendo assim, MH porta-se como um MMO em single player (sim, podemos convidar pessoal para caçadas online, mas só por Ad-Hoc).
Ora, e perguntam vocês: "Parce uma fórmula simples, mas viciante, porque é que as pessoas se afastam do jogo?".
Porque o jogo não é exactamente um World of warcraft ou um diablo. O sucesso depende 90% do jogador e 10% das armas. É necessário estudar muito bem os movimentos dos bichos e ataca-los quando estão com a guarda em baixo. O típico jogador habituado a Hack n Slashes tipo Devil May Cry e afins vai atacar um dragão de 6 metros de frente com a sua espada gigante em punho.Nestas situações quatro coisas vão acontecer:

- A espada mal levanta do chão (tal como no Mundo real uma espada de grandes dimensões demora mais tempo a manobrar, pelo que é preciso estratégia);

-O Bicho vai dar-vos forte e feio e vocês saem a voar pelo ecrã:

-O ritual segue-se até fazerem game over;

-A consola sai a voar pela janela.

O Monster Hunter não é um jogo de todo, portátil, se pensam em jogar MHF2 fora de casa na vossa PSP não se esqueçam de levar as dezenas de páginas de Walkthroughs e combinações de itens, quando se dão conta, já passaram a estação do metro.
Se passarem a frustração inicial ( vão ter mais lá pra frente) vão ficar com um bom RPG, viciante como tudo e com umas boas centenas de horas de jogo.

Se tiverem tiverem a paciência suficiente para passar a fase de aprendizagem, força, comprem/troquem/roubem/whatever o jogo. É, sem dúvida, uma das melhores experiências na PSP.