sábado, 2 de maio de 2009

mini review: And Yet It Moves

Ultimamente tem-se vindo a descobrir que algo bastante divertido nos videojogos é manipular o tempo e o espaço a nosso bel-prazer.
Se a manipulação do tempo já é feita à algum tempo em vários jogos, a manipulação do espaço só foi explorada a fundo à pouco tempo em jogos, na sua maioria, de natureza indie.
Portal,Shift, Braid ( manipulação temporal que vai além de desviar de balas), e muitos outros cujo nomes não me lembro já nos puseram em mundos onde é banal e essencial manipular o tempo e o espaço.
Este “And Yet It Moves” não é diferente, o conceito é linear:
Mover o cenário de modo a que o protagonista consiga chegar ao fim do nível, vivo.
Eu pessoalmente adoro estes jogos (frequentemente completo-os mais depressa do que desejaria), são diferentes da habitual rambage dos jogos “topo de gama” das grandes produtoras (sim as rambages são porreiras, mas meses a fio só com este tipo de jogos no HD começa a enjoar, não?), mete-nos a pensar nas coisas de uma outra maneira e a ver o Universo de uma outra perspectiva.
Para dizer a verdade o conceito de AYIM ( como será denominado a partir de agora) não é original, já joguei um joguito browser com um conceito semelhante, e tenho uma versão semelhante a este no meu telemóvel, mas AYIM faz algo que estes obscuros jogos browser-based não fazem:
Tal como Braid, AYIM é lindíssimo, as paisagens (incluindo o protagonista) são feitas de papel recortado, sim, parece uma ideia absurda, mas tal como outras ideias aparentemente absurdas para arte num jogo (como em Zeno Clash), acabam por resultar muito bem. AYIM também possui um motor de física, o que permite puzzles mais elaborados do que aqueles nos browser games. A dificuldade é bastante equilibrada, o jogo não é frustrante mas também não é demasiado fácil.

(Para quem não sabe, "And Yet It Moves" é uma referência ao grande
Galileu Galilei que terá dito esta frase (no entanto ela move-se) em defesa da teoria Heliocêntrica, Sol no centro)

Falhas?
Talvez o protagonista seja um pouco frágil demais, mas, afinal, ele é feito de papel...

Minutos, horas passam e pensamos: “só mais um”. É o típico jogo que nos lembra que gráficos cheios de bloom, sombras super detalhadas, motion blur até meter nojo não são parte da receita para um jogo sólido e divertido.
Vale a pena entrar no mundo alternativo de AYIM, não se arrependem.

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